O segundo elemento mais leve de todo o Universo pode estar com os dias contados. Trata-se do hélio, o gás com ponto de ebulição mais baixo - 267ºC abaixo de zero – e mais conhecido por ser utilizado para inflar balões de festa. No entanto, o hélio tem aplicações muito mais importantes, sendo usado na medicina, na geração de energia e na indústria espacial, por exemplo. Por isso, a expectativa de especialistas, de que o gás pode se extinguir em 25 ou 30 anos, ganha contornos alarmantes.
O assunto torna-se mais sério uma vez que o gás hélio é um recurso natural não-renovável e que não pode ser produzido artificialmente. Dessa forma, apesar de ser a segunda substância mais abundante do Universo – 24% da Via Láctea é formada por ela -, o hélio, na Terra, só pode ser encontrado através da exploração de rochas, juntamente com acumulações de petróleo e gás natural, principalmente nos campos do sudoeste americano. Esse processo lento de decomposição radioativa responde por todo o estoque de gás hélio no mundo.
No centro dessa relação de possível esgotamento do hélio na Terra estão os Estados Unidos. O país possui a maior reserva do mundo, localizada em Amarillo, no Texas, mas as previsões dão conta de que esse estoque estará todo vendido em 2015. Isso porque uma lei norte-americana, aprovada em 1996, determina que a reserva nacional deve estar toda comercializada neste ano, independentemente das oscilações do mercado.
Segundo o vencedor do prêmio Nobel de Física de 1996, Robert Richardson, a decisão tomada pelo governo dos EUA acabou tornando o hélio muito barato, desmotivando a reciclagem do gás. Ele afirma que, mesmo a maior reserva do mundo estando em subsolo americano, se estendendo por 320 km e um bilhão de metros cúbicos, o problema da extinção do hélio é global. Richardson chega ao ponto de sugerir que um balão de gás deveria custar US$ 100, para que refletisse o valor do hélio nele contido.
Aplicações do gás
O hélio é bastante utilizado em diferentes setores. Na medicina, ele é usado em variados exames, como a ressonância magnética, por exemplo. Já em detectores de infravermelho, que ajudam na segurança de aeroportos, o gás é essencial. Na geração de energia, sua forma líquida é essencial no resfriamento de reatores nucleares. Por fim, o hélio, na indústria espacial, é indispensável. Na Nasa, ele é utilizado em grandes quantidades para purificar o combustível de foguetes.
Nicomex Notícias – Redação
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