Não há dúvidas de que o pré-sal é o grande motor do crescimento do setor petrolífero nacional, atualmente. A descoberta de reservas de petróleo em águas ultraprofundas do litoral brasileiro tem motivado uma enxurrada de investimentos locais e internacionais no país, de forma a aproveitar essas riquezas da melhor maneira possível. No entanto, a grande maioria do volume de dinheiro anunciado para o pré-sal está alocada nas atividades de exploração. Com isso, a parte de refino, que agrega valor ao óleo, acaba ficando em segundo plano.
“Hoje está se falando muito em pré-sal e tudo está visando a área de exploração. Até hoje não se comenta absolutamente nada na parte de refino. Nós temos no Brasil cinco refinarias em projetos ou com a construção em andamento, o Comperj, duas no Recife e Premium 1 e 2. Essas refinarias não estão ainda visando o pré-sal porque os investimentos ainda estão concentrados na área de exploração”, explica o diretor comercial da Thomassen Compressores do Brasil, Francisco Edgar da Silva Filho.
A observação do executivo foi feita em coletiva realizada no Rio de Janeiro, para anunciar o investimento de US$ 9 bilhões de empresas holandesas no Brasil, no período de 2007 a 2012. Segundo Francisco Edgar, esse valor, não contempla a parte posterior à exploração e produção do pré-sal, por consequência não demonstra a real importância que deveria ser dada à área de refino, nem o quanto empresas holandesas, no caso, irão investir no setor petrolífero brasileiro. Em resumo, esse número pode aumentar.
Presença no setor petroquímico nacional
Com a intenção de se instalar no Brasil, a Thomassen está em fase de estudos preparatórios para a instalação de uma unidade no país. O Brasil foi o primeiro país escolhido pela Thomassen para implantar uma unidade de fornecimento e montagem de compressores, que irá atender não só ao país, mas também ao Mercosul. Agora, a empresa planeja a melhor solução entre três opções: construção de uma unidade própria, aquisição no país ou associação com uma companhia nacional.
“No momento estamos investigando o que é melhor, mais viável e mais rápido”, diz o diretor da Thomassen. Com a vinda para o Brasil a empresa planeja também cumprir metas de conteúdo nacional, o que facilitaria a concorrência no setor de compressores, cuja demanda é garantida pelas expansões necessárias em refinarias já existentes, como Duque de Caxias (Reduc), Alberto Pasqualini (Refap) e Manaus (Reman), além da construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da refinaria Abreu e Lima (Renest) e das duas refinarias Premium que serão erguidas no Ceará e no Maranhão.
Por Matheus Franco
matheus.f@nicomexnoticias.com.br
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